ESPECIAL - João Pessoa sedia 2ª etapa do Campeonato Paraibano de Jiu-Jitsu

Publicado  27 de ago. de 2011

Neste sábado e domingo, dias 27 e 28 de agosto, acontece a 2ª etapa do Campeonato Paraibano de Jiu-Jitsu. Homens e mulheres, das mais variadas faixas etárias e graduação, encontram-se no tatame para colocar à prova suas técnicas e, acima de tudo, provar que o esporte merece ser respeitado e reconhecido como tal.

A competição está sendo realizada pela Federação de Jiu-Jitsu do Estado da Paraíba (FJJPB), orgão reconhecido pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ). De acordo com o Diretor Disciplinar da entidade, Wolney Ramos, mais de cem atletas se inscreveram para a disputa. "Neste sábado, dia 27, acontecem as disputas do atletas faixa-branca. A partir do meio dia de amanhã (28), começam as disputas dos graduados (de faixa azul à preta)".

Entre os atletas que tentarão levar para casa uma medalha, está o Analista de Sistemas, Renato de Abreu. Ele conheceu o esporte há apenas sete meses e esta já é a segunda competição da qual participa. "O jiu-jitsu foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Vou treinar todos os dias quando saio do trabalho. É uma terapia, onde descarrego as tensões do dia-a-dia. Fiquei mais calmo e concentrado. O esporte já faz parte da minha vida. Quando falto um treino, fico agoniado". Em sua primeira competição, exatamente a primeira etapa do Campeonato Paraibano, Renato ficou com a terceira colocação em sua categoria. "Na ocasião só tinham três atletas na minha categoria, mas pelo menos não fui finalizado", comentou sorrindo. Determinado, concluiu: "Agora, quero levar a medalha de ouro para casa".


O jiu-jitsu ainda é bastante estigmatizado pela analogia que a maior parte da sociedade faz com a violência utilizada por alguns de seus praticantes. Além disso, quando fala-se em jiu-jitsu não é raro o leigo pensar nas competições dos octógonos: as arenas do MMA (Mixed Martial Arts, em português, Artes Marciais Mistas, ou como também ficou conhecido, Vale-Tudo), em que muitas vezes, os atletas saem bastante machucados. Neste caso, o jiu-jitsu é apenas uma das artes marciais utilizadas pelos atletas do MMA, principalmente no que se refere às técnicas de imobilização e torção de articulações. Contudo, muitas outras técnicas, de outros esportes de contato, como Muay Thai, Boxe, Kick Boxing também são utilizadas no MMA. Mas este tipo de competição é assunto para um outro momento.

Por definição, o jiu-jitsu é uma arte marcial que utiliza alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, tradicionalmente sem usar golpes traumáticos, como um chute ou um soco, por exemplo. Usa-se a força (própria e, quando possível, do próprio adversário) nas tais alavancas, possibilitando que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer.

"Como praticante da modalidade, penso que este seja o principal motivo pelo qual o jiu-jitsu se aplica tão bem às mulheres. Com a técnica certa, é perfeitamente possível "finalizarmos" (ou seja, fazermos o adversário desistir da luta), um atleta do sexo oposto, com muito mais força física do que nós".

Juliana Bandeira

No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma articulação. Inclusive, muitas das técnicas do jiu-jitsu são utilizadas nos cursos de defesa pessoal.

Clique AQUI e conheça um pouco da história do jiu-jitsu.

Wolney Ramos, que além de Diretor Disciplinar da FJJPB é professor faixa-preta 3º Dan, define a modalidade como "um xadrez de contato". "O atleta de jiu-jitsu precisa ser um bom estrategista para ter bons resultados. Ele aprende a analisar a ação do seu oponente e reagir de acordo com a mesma, procurando falhas e brechas para que possa aplicar a técnica perfeita para aquela situação e assim vencê-lo". Para tanto, o professor afirma que o praticante precisa exercitar sua concentração, sua respiração e ter calma para, antes de mais nada, compreender o combate.

Confira o vídeo com o professor faixa-preta de Jiu-Jitsu, Wolney Ramos:



Sem restrições, a repórter que vos fala não resistiu a oportunidade e às 6h da manhã da última quinta-feira, dia 25, estava no tatame da Academia ChinKuan Grace Barra Manaíra para aprender na prática, as técnicas desta arte marcial fascinante. Confira algumas fotos do treino a seguir:






QUERO PRATICAR!

Onde: Academia de Jiu-Jitsu ChinKuan/Gracie Barra-PB
Localização: Avenida Franca Filho, n° 216, Sala - 201- Bairro Manaíra, João Pessoa - PB
Telefone: (83) 3226-8772
Quanto: R$ 80 (aulas de segunda a sexta, com 3 opções de horários (manhã/tarde/noite))
Com quem: Professor Wolney Ramos

ESPECIAL - Atletas paraibanos fazem história na Orientação brasileira

Publicado  23 de ago. de 2011

Por Juliana Bandeira

No último final de semana, mais precisamente, na noite do último sábado, dia 20 de agosto, setenta e cindo atletas paraibanos praticantes de Corrida de Orientação fizeram história na modalidade ao participarem da primeira prova noturna do Brasil, realizada nas imediações do Sesc Gravatá, em João Pessoa.

De acordo com o vice-presidente do Clube de Orientação Extremo Leste (Corele), Waldson Estrela, a Confederação Brasileira de Orientação só considera a prática do esporte, como competição, quando disputada individualmente. "Já ocorreram outras provas noturnas no Brasil, mas os atletas sempre competiram em duplas ou trios. Aqui, no Sesc Gravatá, estamos fazendo história porque pela primeira vez os orientistas participarão da corrida, disputando de forma individual".

Durante o "briefing", reunião entre os organizadores da prova e os atletas participantes, que acontece momentos antes da largada, o representante do clube pioneiro na realização da prova noturna na Paraíba, agradeceu, sem conter a emoção pelo feito, a todos os 75 atletas que se inscreveram na competição.

Após os agradecimentos e algumas explicações sobre os percursos e o terreno, aproximadamente às 19h30, foi dada a largada para os atletas da categoria "Percurso Longo", com o nível de dificuldade maior, assim como maior quantidade de prismas para serem localizados. Em seguida, foi a vez dos atletas do "Percurso Médio" e por fim do "Percurso Curto". Além da bússola, e do mapa do terreno, era obrigatória a utilização de lanterna, por parte dos competidores.

A prova seguiu o estilo "fazenda", isto é, os pontos eram dados na carta (mapa) de acordo com cada percurso, mas o atleta tinha liberdade para escolher a sequência dos prismas, definindo assim a melhor estratégia para passar por cada um deles, no menor tempo possível.

"Como praticante e apaixonada pelo esporte, não poderia ficar de fora da competição e trago o testemunho de uma das provas mais estigantes que já participei. O atleta de Orientação, por essência, tem que se preocupar em não errar os caminhos que percorrerá para alcançar os prismas; prestar atenção em todo terreno à sua volta. No escuro, o seu nível de atenção tem que ser triplicado, por qualquer descuido, você pode perder a entrada de uma trilha, ou o início de uma cerca, ou até um objeto em particular que lhe orientariam para a chegar ao ponto desejado. Os momentos de maior adrenalina, são com certeza, quando você se vê sozinho, em trilha de mata fechada, no silêncio, e no escuro. Sem dúvida, emocionante. Ainda mais quando no percurso, você avista, o prisma que procurava: apenas um pontinho luminoso, verde fluorescente na escuridão".
Juliana Bandeira


Quer ter uma ideia de como é? Assista o vídeo a seguir e imagine como seria à noite.



Confira, abaixo, o resultado do I Vaga-Lume:

















Para quem ainda não está preparado para encarar um prova noturna, mas ficou com vontade de experimentar o esporte, a Federação Paraibana de Orientação (FOP) promove durante o ano inteiro as provas do Campeonato Paraibano. No dia 11 de setembro será realizada a 5ª etapa da competição, em local ainda não definido, mas o "PB na Pilha" vai estar ligado para divulgar a informação assim que estiver disponível.

Saiba mais sobre Corrida de Orientação
O nome da modalidade já diz muita coisa a respeito de um dos esportes que mais cresce na Paraíba, especialmente por se tratar de uma atividade aberta a todas as faixas etárias e a ambos os sexos. No estado, crianças a partir de 6 anos até senhoras atletas de mais de 60 praticam o esporte, inclusive em competições.

A corrida de orientação não exige um condicionamento físico excepcional dos iniciantes, até porque, apesar do nome “corrida”, os primeiros passos nas pistas de competição podem ser dados numa simples caminhada. É o próprio atleta quem vai decidir seu ritmo. O objetivo principal é realizar o percurso determinado no menor tempo possível, mas se o atleta não souber se orientar, utilizando uma bússola e o mapa do terreno, de nada vai adiantar muita correria.

A orientação como esporte é geralmente praticada já nas competições. É muito comum uma pessoa que nunca havia praticado a modalidade antes, já iniciar-se no esporte participando de uma competição. Isso porque com algumas instruções básicas sobre leitura de mapas e sobre como utilizar uma bússola, qualquer pessoa fica apta a encarar um percurso simples, que chega no máximo a 2,5 km. Quem não se sentir muito seguro, mesmo com as instruções, pode encarar o desafio em dupla, com algum amigo.

No início de cada prova, o orientista recebe um mapa com as características do terreno e com referências que vão fazê-lo perceber qual sua exata localização. Por exemplo, se a prova acontece em um local próximo à praia, o orientista vai conseguir distinguir no mapa para que lado está o mar, o tipo de vegetação que cerca o terreno, possíveis inclinações como as falésias e até as construções feitas pela população local, como cercas, muros, postes, estradas, casas e ruínas. De posse de uma bússola, obrigatória para cada atleta, a orientação é ainda mais facilitada.

No mapa, estarão marcados pontos específicos no percurso de cada um, os chamados “prismas”. Eles funcionam como pontos de controle. Cada atleta tem que encontrar e marcar em um cartão os prismas que constam no mapa de seu percurso. Na Europa, onde o esporte é muito difundido, inclusive com competições urbanas, e até nas grandes competições nacionais, esse controle é feito através de cartões magnéticos ou chips. Até o ano passado, na Paraíba no prisma havia uma espécie de grampeador, com formatos de "picote" diferentes para marcar os cartões dos atletas. Em 2011, foi adotado no estado o sistema de chips, mais precisos e ágeis para apuração do resultado . O objetivo é terminar o percurso com o menor tempo possível, tendo encontrado todos os prismas apontados no mapa. Uma espécie de caça ao tesouro.

Se você achou que para obter vantagem é só ficar na cola de alguém se enganou. Cada atleta tem um percurso diferente a depender da categoria a que pertence, distribuídas por sexo e faixa etária. Atletas da mesma categoria nunca largam ao mesmo tempo.

Desde 2007, atletas de várias equipes disputam o Campeonato de Orientação Paraibano, com pelo menos 6 etapas em cada ano. As provas já aconteceram em locais do litoral sul, como no Conde, em Bananeiras, Campina Grande, Alhandra e em João Pessoa. Os organizadores de cada etapa sempre procuram locais onde o terreno seja o mais diferenciado possível, com partes de vegetação rasteira e também de mata fechada, na praia ou próximo a rios, com charcos; enfim, tudo para que o orientista tenha mais dificuldade e também muito mais diversão. A ideia é liberar o Indiana Jones que existe em cada um.

Rildo Ferreira, um dos integrantes do Clube Rumos e Rotas, responsável pela organização de várias provas, revelou que a escolha do local é um passo muito importante para o sucesso da etapa. “Para mim o local onde a prova será realizada tem que ter, em primeiro lugar, uma acomodação adequada para as famílias e os acompanhantes dos atletas. O orientista pode passar horas em uma prova, por isso é importante que sua família tenha o mínimo de conforto para esperá-lo, como um local com sombra e banheiros.”

Os quatro circuitos já disputados na Paraíba tiveram o Clube Neblina de Orientação como campeão geral. O tetracampeonato veio com a soma dos pontos conquistados por cada um dos cerca de 70 atletas que já correram pelo clube. De olho no penta, um dos integrantes do clube, Adroilzo Fonseca, fala sobre o bom desempenho da equipe e a importância de sempre estar trazendo novos atletas para o esporte.

“Acredito que o segredo do sucesso do Clube é estar sempre buscando novos praticantes para o esporte. Temos orientistas correndo pelo Neblina desde as categorias de base até as mais avançadas. Em 2011, temos como o penta como meta, mas também almejamos sempre a conquista de novos adeptos”, explicou.

Geralmente, a para inscrever-se em uma corrida de orientação, o atleta paga uma taxa de R$20 a R$ 26. O principal equipamento que deverá ser adquirido para a prática do esporte é a bússola, cujo preço gira em torno de R$ 30 a R$ 40.

Assista mais vídeos sobre orientação: